Gustavo Lopes Fernandes 12/11/2008
Muito tem se discutido sobre as formas diretas e indiretas de avaliar o esforço físico de cada indivíduo. Pois, o controle da intensidade propicia a realização de um exercício seguro e ajustado aos objetivos de cada praticante, visando benefícios, em médio e longo prazo, com menor risco de lesões e sobrecargas. Entretanto, nota-se uma grande dificuldade para adequar os percentuais de freqüência cardíaca e entender como utilizar a Percepção Subjetiva de Esforço (PSE).
No Ciclismo Indoor (CI) a intensidade corresponde à somatória de algumas variáveis como cadência da pedalada, resistência na roda, freqüência cardíaca, duração e técnica. Entretanto, o equipamento utilizado geralmente não possui indicador de carga ou potência gerada. Sendo assim, o meio mais comum para prescrever e controlar a intensidade de esforço é a Freqüência Cardíaca (FC) (SILVA et al., 2004).
A magnitude da resposta da FC é influenciada pela idade, posição corporal, aptidão cardiorespiratória, tipo de atividade, presença de doença cardíaca, medicações (tais como betabloqueadores), volume sanguíneo e fatores ambientais (MCARDLE, 2003). Ou seja, vemos aí um primeiro sinal de alerta para o controle da intensidade somente pela utilização desta variável.
Além disso, o controle da intensidade por meio da FC exige que cada praticante conheça o seu valor máximo e se possível os seus limiares de treinamento, o que só é possível com a realização de avaliações funcionais específicas, tais como a ergoespirometria e a medida do lactato sanguíneo. Como infelizmente, esta não é uma realidade da grande maioria dos praticantes, normalmente são utilizadas fórmulas de predição da FC máxima, sendo a mais comum (220 – idade). O grande problema é que essa equação apresenta um erro considerável, podendo funcionar bem para alguns e muito mal para outros (POLICARPO & FERNANDES FILHO, 2004).
Eis que surge a necessidade de utilizarmos fórmulas que levem em consideração a individualidade e a especificidade de cada modalidade. Como exemplo, a equação desenvolvida por Jones (1985) para ciclistas homens e mulheres saudáveis, de
Uma alternativa mais simples é o controle da intensidade do exercício por meio da PSE, muito utilizada na fisiologia do exercício. Santos e Cunha Júnior (2006), por exemplo, analisaram uma sessão de Ciclismo Indoor em 20 mulheres de
Entre as escalas de PSE, as mais conhecidas são a escalas de 15 pontos, que varia de
Outra opção que parece se adequar bem ao CI é a escala OMNI-Ciclismo que possui descritores visuais específicos do ciclismo e pode ter uma grande aplicação prática na modalidade.
Contudo, podem surgir dificuldades na interpretação dessas escalas havendo necessidade de uma boa familiarização com o método. Isso exige que em alguns momentos sejam utilizados métodos ainda mais simples para verificar o esforço de nossos alunos, tal como a Freqüência Respiratória (FR) que pode ser dividida em respiração normal, ofegante, ou muito ofegante. Este método, que não é validado cientificamente, se explica pois, com a maior demanda de oxigênio, principalmente em maiores intensidades de exercício, uma maior quantidade de sangue chegará aos pulmões. Conseqüentemente, a produção de dióxido de carbono aumenta, fazendo com que o centro respiratório (bulbo) seja estimulado a aumentar a freqüência respiratória (MCARDLE, 2003).
Exatamente por conta deste mecanismo que a FC normalmente apresenta grande relação com a FR e conseqüentemente com a PSE, sendo todos esses parâmetros importantes para controlar a intensidade no exercício cíclico. No entanto, ainda restam dúvidas sobre qual seria o melhor método de controle da intensidade do exercício. Na verdade, não existe o melhor e sim parâmetros mais adequados ao momento e ao perfil de cada aluno. Na dúvida, como existe relação entre todos os métodos aqui expostos, não se limite a apenas um deles.
Referências Bibliográficas
DENADAI, B. S; RUAS, V. D. A; FIGUEIRA, T. R. Efeito da cadência de pedalada sobre as respostas metabólica e cardiovascular durante o exercício incremental e de carga constante em indivíduos ativos. 2004. DOMINGUES FILHO, L. A. Ciclismo Indoor: Guia teórico Prático. Editora Fontoura Jundiaí, SP. 2005 JOHN, D.H.; SCHULER, P. Accuracy of using RPE to monitor intensity of group indoor stationary cycling. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 31, n. 5 supplement, 1999. MCARDLE, WILLIAM D.; KATCH, FRANK I.; KATCH, VICTOR L.; POLICARPO & FERNANDES FILHO. Usar ou não a equação de estimativa (220 – idade)?. Revista Brasileira Ciência e Movimento; 12(3): 77-79, 2004. SILVA, A. C .et al. Estimativa do limiar de Conconi por meio da escala de Borg SILVA, R. A.,OLIVEIRA, B. H., BARBOSA, F. P. & FERNANDES FILHO, J. Concentração de lactato sanguíneo em aulas de ciclismo indoor de intensidade submáxima: um estudo piloto http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Ano 10 - N° 79 - Dezembro de 2004. Fonte: http://gease.pro.br
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sábado, 8 de agosto de 2009
Controle de intensidade no ciclismo indoor
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