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sábado, 16 de outubro de 2010

Carboidratos e desempenho atlético

Principais tópicos
- O carboidrato é o principal "combustível" utilizado na contração muscular e é o nutriente mais importante para o desempenho atlético. 
- A energia obtida dos carboidratos pode ser liberada no interior dos músculos em atividade a uma velocidade até três vezes maior do que a energia derivada da gordura.
- As reservas de carboidratos no organismo são limitadas: quando esgotadas, impedem que os atletas pratiquem exercícios intensos, podendo levar à fadiga.
- Para melhorar o desempenho é comum consumir suplementos de carboidratos durante a competição.
- Os atletas que praticam exercícios intensos regularmente devem ingerir uma dieta rica em carboidratos para que possam repor as reservas de energia entre os treinos.
- A reposição total das reservas de carboidratos do organismo leva, no mínimo, 20 h.


Introdução
Embora poucos discordem de que os carboidratos sejam um componente vital na dieta dos atletas, ainda há dúvidas sobre como tirar o maior proveito deles através da dieta. Que tipos de carboidratos os atletas devem consumir? Qual a quantidade de carboidratos a ser ingerida e quando? A ingestão de carboidratos pode melhorar o desempenho? Os atletas correm o risco de sofrer de hipoglicemia por consumirem carboidratos antes ou durante o exercício?
O que são carboidratos?
Carboidratos são moléculas que contém carbono, hidrogênio e oxigênio. Os açúcares e amido encontrados na dieta comum são fontes de carboidrato para o atleta. Enquanto a glicose e a frutose são monossacarídeos, a sacarose é um dissacarídeo, uma vez que contém glicose e frutose. O amido é um polímero (cadeias ramificadas) de moléculas de glicose. Os amidos encontrados nos vegetais e cereais são digeridos e absorvidos pela corrente sangüínea em forma de glicose, o único tipo de carboidrato utilizado diretamente pelos músculos para obtenção de energia.
A sacarose (açúcar de mesa) é desdobrada em glicose e frutose durante o processo absortivo no intestino delgado, onde todos os carboidratos são ingeridos.Em seguida, a frutose (açúcar encontrado nas frutas) é convertida em glicose pelo fígado. A seguir, algumas das principais diferenças entre as formas de carboidratos:
- Taxa de Aparecimento de Glicose no Sangue.
A disponibilidade de glicose, avaliada por um aumento na glicemia após o consumo de carboidratos, é geralmente semelhante para a glicose, xarope de milho e amidos puros e um pouco inferior para a sacarose. Vegetais e outros carboidratos que contém combinações de amido, fibras e proteínas, podem levar mais tempo para serem digeridos, diminuindo, conseqüentemente, a taxa de aparecimento de glicose no sangue.
A frutose é lentamente convertida em glicose pelo fígado e o aumento da glicemia após a ingestão de frutose costuma ser lento.
- Teor de nutrientes
As frutas, vegetais e cereais (amidos ou carboidratos complexos) contém vitaminas B, riboflavina e niacina.
- Nível de doçura
O nível de doçura dos carboidratos varia. A frutose é mais doce em comparação com a sacarose e a glicose, que são menos doces.
- Conforto gastrointestinal. 
Soluções concentradas de açúcar (10 - 20%) podem produzir gases e a ingestão de frutose pura, concentrada está associada a desconforto gastrointestinal e diarréia.
Taxa de carboidrato ingerido
Inicialmente, os carboidratos ingeridos são transportados pela corrente sangüínea até o fígado, onde podem ser 1) transformados em gordura; 2) armazenados sob a forma de glicogênio, ou 3) liberados na corrente sangüínea para que sejam levados a outros tecidos, como o muscular.
Glicogênio - cadeia de moléculas de glicose - é a forma de armazenamento de glicose no fígado e no músculo.
O glicogênio armazenado no fígado pode ser reconvertido em glicose e liberado no sangue para atender às necessidades energéticas de todo o organismo.O glicogênio armazenado em uma determinada fibra muscular atende direta e exclusivamente àquela fibra.
O glicogênio muscular como fonte de energia
Quando o glicogênio é degradado no músculo, a energia pode ser liberada em taxas capazes de permitir uma aceleração metabólica de até 150% da captação máxima de oxigênio. Em comparação, a energia obtida de gorduras não pode ser liberada de modo suficientemente rápido para permitir que uma pessoa se exercite em níveis além de 50% da captação máxima de oxigênio (corrida lenta). O principal "combustível" para o exercício intenso é o glicogênio muscular, não a gordura. Quando a concentração de glicogênio muscular é normal, a energia presente é mais do que suficiente para abastecer os treinos da maioria dos atletas e outras atividades com 90-120 min. de duração (Uma barra de chocolate não fornece energia rapidamente porque já existe energia suficiente de glicogênio muscular.)
Após uma a 3 h de corrida contínua, ciclismo ou natação, a 65-80% da captação máxima de oxigênio, ou após sprints (80-95% ou mais da captação máxima de oxigênio), as reservas de glicogênio muscular podem ser depletadas. Aparentemente, o consumo de alimentos com carboidratos durante tais exercícios melhora o desempenho, uma vez que fornecem uma fonte adicional de energia.
Qual a quantidade de carboidratos necessárias aos atletas?
O gasto diário de energia durante os treinos dependerá, obviamente, da intensidade e da duração dos exercícios, bem como do número de músculos em atividade. Atletas que se submetem a provas de resistência costumam treinar intensamente por, pelo menos, 90 min. contínuos, consumindo de 1000 a 1400 Kcal no processo. De um modo geral, tais atletas devem ingerir aproximadamente 50 Kcal de alimento /kg de peso corporal /dia (51 kcal/ kg/dia), ou seja, 3500 kcal para um atleta de 70 kg (1). Pelo menos, 50% (embora o ideal seja de 60 a 70%) das calorias presentes nas dietas dos atletas de resistência devem ser obtidas a partir de carboidratos (2), o que corresponde a aproximadamente 500 a 600g de carboidratos (2000 a 2400 Kcal / dia). O restante das calorias devem ser obtidas através de gorduras (20 a 30%) e proteínas (10 a 15%). Embora a maioria dos atletas admita a importância de uma ingestão adequada de carboidratos para treinamentos de alta intensidade, suas dietas costumam conter menos do que 40% de carboidratos (350 gr). Conseqüentemente podem acabar sofrendo de fadiga crônica durante os períodos de treinamento intenso. 
A Tabela 1 contém uma lista com o teor de carboidratos normalmente à disposição dos atletas.
Para obtar mais informações sobre os teores de nutrimentos dos alimentos, consulte um nutricionista ou Food Values of Portions Commonly Used, Pennington and Church, Philadelphia, J.B. Lippincott Co, 1985.
Ingestão adequada de carboidratos e ressintetização do glicogênio muscular
Uma média de apenas 5% do glicogênio muscular utilizado durante o exercício é ressintetizado a cada hora após o exercício. Da mesma forma, para que a restauração seja total, são necessárias pelo menos 20 h após a prática de exercícios intensos, desde que sejam consumidos aproximadamente 600 g de carboidratos. (2),(3). 
Durante dias consecutivos de competição, ou de treinamento intenso, os atletas devem consumir aproximadamente 100g de carboidrato nos 15 a 30 min. após o exercício e continuar se alimentando com porções adicionais de 100g a cada duas a 4 h. 
Neste período, açúcar simples, líquido, sólido ou carboidratos complexos parecem ser igualmente eficazes. Como os atletas costumam sentir mais sede que fome após uma competição, pode ser que prefiram consumir carboidratos na forma líquida. Isso também ajuda na reidratação.
 Supercompensação do glicogênio muscular antes da competição
Alguns dias antes de uma competição intensa e prolongada, os atletas devem balancear as dietas e treinos na tentativa de supercompensar ou saturar as reservas de glicogênio muscular. Níveis altos de glicogênio antes do exercício possibilitarão que os atletas se exercitem por períodos mais longos, uma vez que a fadiga será retardada (4). O modo mais prático de se armazenar glicogênio para um determinado esporte envolve treinar intensamente cinco ou seis dias antes da competição (4). Nos demais dias anteriores à competição, os atletas devem reduzir gradativamente a quantidade de treinos e incluir, em suas refeições, alimentos com altas taxas de carboidratos (> 600 g), em cada um dos três dias que antecedem a competição. Tal regime aumentará as reservas de glicogênio muscular em pelo menos 20 a 40% acima do normal.
A última refeição antes da competição
Refeições ricas em carboidratos consumidas no período de até 6 h antes da competição dão "um toque final" nas reservas de glicogênio hepático e muscular. O fígado, responsável pela manutenção dos níveis de glicemia, depende de refeições freqüentes para manter suas pequenas reservas (80 - 100g) de glicogênio. Atletas que jejuam no período de 6 a 12 h anteriores ao exercício e que não consumem carboidratos durante o exercício podem apresentar uma queda prematura de glicemia durante a competição (ver figura 1). Mesmo depois de se submeter a um regime para supercompensar o glicogênio muscular, aconselha-se fazer uma refeição com baixo teor de gordura e com 75 a 150 g de carboidrato. No período de 3 a 6 h antes da competição. O consumo de carboidratos varia de acordo com o gasto de energia e tamanho corporal do atleta. Os valores determinados para a ingestão de carboidratos devem ser adaptados às necessidades individuais do atleta. Às vezes torna-se difícil seguir um regime de abastecimento de glicogênio antes da competição por causa das competições de longa duração, das viagens ou por qualquer outra razão. É importante que 600 g (2400 kcal) de carboidratos sejam consumidos um dia antes da competição e que outros 100 a 200g (400-800kcal) sejam consumidos 6 h antes da competição. Se as reservas de glicogênio muscular ainda não tiverem sido supridas, uma parte da última refeição antes do exercício pode ser utilizada para aumentar o glicogênio muscular antes da competição (5). Já foi sugerido aos atletas que evitem refeições ricas em carboidratos no período de 2 h antes da competição, uma vez que estes podem elevar a insulina sangüínea no início do exercício, provocando uma queda de glicemia durante o mesmo (6). Pesquisas têm demonstrado que tais respostas são temporárias e que, provavelmente , não comprometem o desempenho (5). Quando o glicogênio muscular e hepático encontram-se abaixo dos níveis ótimos antes da competição, o consumo de carboidratos antes do exercício ajuda a melhorar o desempenho (7).
Consumo de carboidratos durante exercícios prolongados
Após 1 a 3 h de exercícios contínuos, a 70-80% da captação máxima de oxigênio, os atletas ficam cansados devido a falta de carboidratos. Aparentemente, a ingestão de carboidratos durante o exercício retarda a fadiga em até 30-60 min., ao permitir que os músculos em atividade dependam, basicamente, da glicemia para a obtenção de energia ao final do exercício e não poupando o glicogênio muscular (8), (9). Esses conceitos aparecem na figura 1. Aproximadamente 40 - 50% da energia utilizada no exercício a 70% da captação máxima de oxigênio provem da gordura, enquanto os 50-60% restantes são provenientes de carboidratos. Nos primeiros estágios do exercício, a maior parte da energia obtida dos carboidratos deriva do glicogênio muscular. A medida que o exercício prossegue, a utilização do glicogênio muscular diminui, contribuindo menos para as necessidades de carboidratos durante o exercício. A redução da dependência do glicogênio muscular é compensada por uma maior dependência da glicemia para obtenção de energia proveniente dos carboidratos. Depois de 3 h de exercício, grande parte da energia proveniente dos carboidratos parece resultar do metabolismo da glicose, transferida do sangue circulante para os músculos em atividade. 
Depois de 2 ou 3 h de exercícios sem ingestão de carboidratos, a concentração de glicemia tende a cair para níveis relativamente baixos. O fígado reduz sua produção de glicose devido à extinção das reservas de glicogênio hepático, quando os músculos removem altas taxas de glicose do sangue.
Os exercícios prolongados sem ingestão de carboidratos podem resultar em fadiga, uma vez que não há glicemia suficiente para compensar a depleção de reservas de glicogênio muscular (8), (9). Embora os atletas possam ficar hipoglicêmicos, ou seja, apresentar um quadro de baixa glicemia, menos de 25% sofrem de sintomas, como tonturas e náuseas. A maioria dos atletas costuma apresentar, em primeiro lugar, fadiga muscular local.
O consumo de carboidratos não evita a ocorrência de fadiga, apenas a retarda. Nas últimas etapas do exercício, quando o glicogênio muscular está baixo e os atletas dependem intensamente da glicemia para obtenção de energia, os músculos parecem pesados e o atleta precisa de maior concentração para manter o exercício à uma intensidade que normalmente não seria estressante se as reservas de glicogênio muscular estivessem completas.
Consumir carboidratos para retardar a fadiga
O consumo de carboidratos durante exercícios contínuos e prolongados garantirá a disponibilidade de carboidratos para os estágios finais do exercício. Pesquisas recentes demonstram que a fadiga pode ser retardada quando a suplementação de carboidratos é administrada no final da competição (10). Entretanto, a fadiga só se reverteu quando os atletas receberam injeções intravenosas de glicose a uma taxa superior a um g por minuto. Essa taxa foi necessária para atender às necessidades de carboidratos dos músculos em movimento. Quando esses atletas ingeriram 200 g de glicose em solução (o equivalente a aproximadamente 800 Kcal ou a sete bananas, mais 170 g de suco de uva), não conseguiram absorver tal refeição com suficiente rapidez para manter as necessidades energéticas dos músculos em atividade. Os atletas precisam ingerir carboidratos a intervalos regulares durante o exercício. Assim, haverá uma grande quantidade de carboidrato disponível para quando dependerem intensamente da glicemia para a obtenção de energia.
Houve uma melhora no desempenho quando a taxa média de ingestão de carboidratos foi de 0,8 g por minuto, ou de aproximadamente 24 g para cada 30 min. (8),(11),(12),(13). Para tanto, é necessário beber 240 mililitros de uma solução que contenha 5% de carboidratos ou 120 mililitros de uma solução com 10% a cada 15 min..
Quando o consumo de carboidratos é benéfico durante os exercícios
Está claro que o consumo de carboidratos é benéfico durante exercícios com mais de 2 h de duração - tais exercícios costumam resultar em fadiga devido à depleção de carboidratos. Aparentemente, o consumo de carboidratos também é benéfico durante exercícios intermitentes (13). Esportes como futebol (desde que não praticados por mais de 2 h) podem acarretar fadiga e depleção significativa do glicogênio muscular (14). Em suma, o consumo de carboidratos é vantajoso para atividades que resultem em fadiga decorrente da disponibilidade inadequada de carboidratos. Entretanto, parece não haver uma necessidade fisiológica que justifique a suplementação de carboidratos durante exercícios que não provoquem fadiga.
Aplicações práticas
- Treinamentos prolongados requerem a ingestão de pelo menos 50-60% de Kcal sob a forma de carboidratos (aproximadamente 400-600g diários de carboidratos). 
- Para que o glicogênio muscular seja rapidamente ressintetizado, consuma aproximadamente 100 g de carboidratos no 30 min. posteriores ao exercício, ingerindo porções extras de carboidratos a intervalos de 2-4h. 
- Para maximizar o glicogênio muscular, treine intensamente na última semana antes da competição. Reduza progressivamente a quantidade diária de exercício e faça uma dieta rica em carboidratos (aproximadamente 600 g/dia) nos quatro dias que antecedem a competição.
- Alimente-se com refeições que contenham 75-100 g de carboidrato no período de 3 a 6 h antes da competição para ajudar a abastecer as reservas de glicogênio hepático e muscular.
- O consumo de aproximadamente 24 g de carboidratos a cada 30 min. durante exercícios intensos e prolongados pode retardar a fadiga.
Referências
(1) Brotherhood, J.R. Nutrition and sports performance. Sports Medicine 1:350-389,1984.
(2) Costill, D.L., Sherman, W.M., Fink, W.J., Maresh, C., Witten, M., Miller, J.M. The role of dietary carbohydrates in muscle glycogen resynthesis after strenous running. Am. J. Clin. Nutr. 34:1831-1836, 1981.
(3) Blom, P.C.S., Vollestad, N.K., Hermansen, L. Diet and recovery processes. Physiological Chemistry of Training and Detraining, P. Marconnet, J. Poortmans, and L. Hermansen (Eds.). New York: S. Karger, 1982, pp. 148-161.
(4) Sherman, W.M. Carbohydrates, muscle glycogen, and muscle glycogen super-compensation. Ergogenic Aids in Sports. M.H. Williams (Ed.) Champaign, Illinois: Human Kinetics Publishers, 1983, pp.3-26.
(5) Coyle, E.F., Coggan, A.R. Hemmert, M.K., Lowe, R.C., Walters, T.J. Substrate usage during prolonged exercise following a pré-exercise meal. J.Appl.
(6) Costill, D.L., Coyle E.F., Dalsk, G., Evans, W., Fink, W., Hoopes, D. Effects of elevated plasma FFA and insulin on muscle glycogen usage during exercise. J.Appl. Physiol. 43:695-699,1977.
(7) Hargreaves M., Costill, D.L., Fink, W.J., King, D.S., Fieldling, R.A. Effect of pré-exercise carbohydrate feedings on endurance cycling performance. Méd.Sci. Sports Exerc. 19:33-36, 1987.
(8) Coyle, E.F., Hagberg, J.M., Hurley, B.F., Martin, III, W.H., Ehsani, A.A.., Holloszy, J.O. Carbohydrate feeding during prolonged strenous exercise can delay fadigue. J.Appl. Physiol. 55:230-235, 1983.
(9) Coyle. E.F., Hagberg, J.M., Hurley, B.F., Martin, III, W.H., Ehsani, A.A., Hollosky, J.O. Carbohydrate feeding during prolonged strenous exercise can delay fatigue. J. Appl. Physiol. 55:230-235, 1983.
(10) Coggan, A.R., Coyle, E.F. Reversal of fatigue during prolonged exercise by carbohydrate infusion or ingestion. J.Appl. Physiol. 63(5), 1987.
(11) Ivy, J.L., Miller, W., Dover, V., Goodyear, L.G., Sherman, W.H., Williams, H. Endurance improved by ingestion of a glucose polymer supplement. Méd. Sci. Sports Exerc. 15:466-471, 1983.
(12) Bjorkman. O., Sahlin, K., Hagenfeldt, L., Wahren, J. Influence of glucose and fructose ingestion on the capacity for long-term exercise in well-trained men. Clin. Physiol. 4:483-494, 1984.
(13) Hargreaves, M., Costill, D.L., Coggan, A.R., Fink, W.J., Nishibata, I. Effects of carbohydrate feedings on muscle glycogen utilization and exercise performance. Méd. Sci. Sports Exerc. 16:219-222,1984.
(14) Foster, C., Thompson, N., Dean, J., Kirkendall, D. Carbohydrate supplementation and performance in soccer players. Méd. Sci. Sports Exerc. 18:S12, 1986.

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